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O propósito deste blog é compartilhar (e aprender) os desafios reais de se estruturar um centro de P&D no Brasil com foco em negócios.

8/09/2011

Ciência como negócio (primeiras idéias)


Atendendo a pedidos do público: uma casquinha do que é “ciência como negócio”.

O termo “ciência como negócio” foi criado pelo Fábio Gandour, cientista-chefe da IBM Brasil, e trazido para mim em uma de nosssas discussões sobre como promover projetos de pesquisas que se transformem em algo rentável para as empresas. Então, o objetivo da minha pesquisa é propor um modelo de ciência como negócio para empresas de tecnologia, ou seja, um modelo de parceria que gere valor de negócio para a empresa.
O primeiro passo para a definição da ciência como negócio foi diferenciá-la de “ciência como doutrina. Consideramos a  “ciência como doutrina” a visão purista da ciência no qual o seu princípio fundamental é o conhecimento humano sobre a natureza. Esse conceito de ciência tem contribuído muito para o avanço tecnológico ao longo da históra, e é a ciência incentivadora das pesquisas básicas (ou puras) desenvolvidas pelas universidades e instituições de pesquisa. No entanto, a sociedade e suas demandas evoluíram, e com elas, as pesquisas que além das básicas, surgiram as aplicadas e projetos de pesquisa e desenvolvimento dentro das organizações.  Assim temos, a ciência utilizada para fins comerciais, que ainda pode ser vista com receio por alguns pesquisadores.
Mas outros incentivam e pregam que ambos “tipos de ciência” podem coexistir muito bem. O professor Stokes,  no livro O Quadrante de Pasteur (1996), dizia que os diferentes usos da ciência e tipos de pesquisa podem ser utilizados de maneira conjunta a fim de atingir seus propósitos, seja o valor das novas descobertas ou a aplicação de novos produtos no cotidiano das pessoas.

O mais legal é ver que essa visão de ciência como negócio tem chegado à algumas empresas e universidades brasileiras. Semana passada participei de uma reunião entre a Corporate Technology da Siemens (P&D Corporativo da Siemens Mundial) e entre a Coppe-UFRJ e fiquei muito satisfeita em ver como a agenda de pesquisas tecnológicas de ambas as organizações se completam.
O importante é estruturar um modelo em que tanto a universidade quanto a empresa saiam ganhando, e cada um com o seu papel e responsabilidade no processo de inovação.

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